segunda-feira, 13 de junho de 2011

Nós pagamos as despesas da mansão do senador José Agripino Maia

Agripino Maia (DEM-RN) utiliza o auxílio-moradia para pagar despesas com água, luz e telefone da mansão dele na QI 21 do Lago Sul


A nova legislatura no Senado teve início com uma conta de quase R$ 103 mil mensais em auxílios-moradias para 27 parlamentares que preferiram receber os R$ 3,8 mil em vez de ocupar um dos imóveis funcionais pertencentes ao órgão. Nesse grupo, pelo menos cinco senadores se beneficiam de brechas na legislação e usam o dinheiro para bancar despesas de casas e apartamentos que têm em Brasília. Teoricamente, a verba deveria servir para pagar apenas hospedagens e seu ressarcimento dependeria da prestação de contas feita pelos políticos. Mas não é o que ocorre.

No Senado, o auxílio é repassado diretamente aos parlamentares. “Esse dinheiro vem para a minha conta. Está dentro das normas. Uso esse dinheiro para pagar despesas com água, luz, telefone e tudo mais que se refere a uma casa”, diz o senador Agripino Maia (DEM-RN), dono de uma mansão na QI 21 do Lago Sul.

Regras flexíveis
O auxílio-moradia existe para cobrir as despesas com hospedagem de quem não ocupa um dos 72 apartamentos do Senado, localizados na SQS 309. Somada a residência oficial do presidente da Casa, são 73 imóveis disponíveis. Este ano, 40 parlamentares aceitaram viver em um desses apartamentos, enquanto 27 preferiram receber o dinheiro e apenas 14 abriram mão de ambos os benefícios porque tinham casa própria. Os outros 32 imóveis pertencentes à Casa estão emprestados a deputados e autoridades de outros poderes.
Quem conhece o senador José Agripino Maia sabe que o parlamentar Papa Jerimum (nota-se que não papa só isso, não é? ), hoje presidente nacional do Democratas, gosta de dizer e repetir trocentas vezes que a sua vida pública é um exemplo de ética e de honestidade, sem manchas e nem rastros de improbidades.

No entanto, o discurso bonito e recorrente do parlamentar potiguar vez por outra esbarra em fatos e histórias que beiram a ilegalidade e flertam com a imoralidade.

Como esquecer, por exemplo, a aposentadoria de R$ 11 mil que ele recebe como ex-governador do Rio Grande do Norte - uma concessão que, segundo o Supremo Tribunal Federal (STF), "fere o princípio da moralidade na administração pública"?

É possível relevar o pagamento do condomínio de seu apartamento em Natal com a verba indenizatória do Senado Federal, só suspenso depois que a imprensa descobriu e denunciou?

E agora, graças a uma reportagem assinada por Izabelle Torres no Correio Braziliense, a gente fica sabendo que as despesas da mansão que José Agripino Maia tem na capital da República são pagas com dinheiro público (meu, seu, nosso ). Ele é um dos cinco parlamentares que usam o auxílio-moradia, dinheiro destinado a hospedagens, para pagar despesas de imóveis que têm em Brasília.

"Dentro das normas", pode até estar. Mas certamente não é ético, nem rima com moralidade, receber dinheiro público para quitar despesas da sua própria casa.

No caso de José Agripino Maia, o critério ético dele é bastante questionável...

Fontes:
Publicação: Correio Braziliense
Portal Nominuto: Brasilia Urgente

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